Ninguém nega que os fluidos refrigerantes com menor potencial de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) são produtos fundamentais para a indústria de refrigeração e ar condicionado cortar emissões de gases de efeito estufa (GEE).
Todavia, os proprietários de instalações do gênero não devem ignorar a relevância da melhoria do desempenho energético e da redução de vazamentos para suas operações.
É o que afirma Jordan Smith, diretor executivo do Fórum Global de Tecnologias Climáticas Avançadas (GlobalFact), um laboratório de ideiais apoiado por algumas das principais indústrias de fluorquímicos.
Smith ressalta que “não há dúvida de que o GWP é importante e que o setor deve apoiar todos os usuários a contabilizar suas emissões e a testar novas soluções” mais ecologicamente corretas.
“No entanto, o GWP não é a única variável da equação do impacto do carbono. Francamente, nem é o fator mais importante. Os operadores devem se concentrar em melhorar a eficiência do sistema, incluindo a redução de vazamentos”, afirma.
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O mantra que diz que o menor GWP reduz emissões de GEE tem levado muitos executivos e gestores a tomarem decisões equivocadas para seus negócios, reconhece Smith.
“As soluções simples são atraentes, especialmente quando é comprovado que elas funcionam. Sem dúvida, a adoção de um refrigerante de baixo GWP pode ajudar uma empresa a atingir suas metas ambientais. Mas o mais importante é que essa não é a única maneira de atingir tais objetivos”, argumenta.
“De fato, esse nem é o melhor caminho”, diz o executivo, ao listar a gestão de vazamentos e a otimização dos sistemas para que funcionem com sua máxima performance como as decisões mais acertadas a serem tomadas.
Independentemente de seu GWP, um fluido refrigerante só “é prejudicial ao meio ambiente se vazar”, lembra. “Se não vazar, o fluido refrigerante não vai provocar nenhum impacto ambiental”, salienta.
Aliás, para o meio ambiente, o consumo de energia é o que mais pesa nessa conta. “Para sistemas residenciais, os vazamentos representam até 3% do impacto ambiental total durante sua vida útil (LCCP). As emissões indiretas de GEE resultantes do consumo de energia são responsáveis por 97% ou mais do LCCP”, informa.
De qualquer forma, a redução de vazamentos também é importante para a eficiência dos sistemas. Afinal de contas, carga incompleta de fluido frigorífico compromete a performance das máquinas.
“Sistemas ineficientes consomem mais energia, o que resulta em aumento das emissões indiretas de carbono. Simplificando, o aumento da eficiência obtido pela redução de vazamentos corta mais emissões de carbono do que uma simples adoção de um refrigerante com GWP mais baixo”, resume.
Sistemas de climatização e refrigeração mal instalados, prossegue Smith, perdem até 40% da eficiência esperada. “O impacto escalável dessa instalação ruim é o dobro do impacto de um sistema instalado corretamente que vaza 100% do seu refrigerante, independentemente de seu GWP”, compara.
“Finalmente, taxas de vazamento não são melhoradas magicamente com o tempo”, destaca. “Sem a devida atenção, os vazamentos podem piorar. Enfrente-os de frente e rapidamente reduza as emissões diretas e, mais importante, reduza as emissões indiretas, aumentando a eficiência dos sistemas”, aconselha.
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