A Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) lançou um conjunto de diretrizes específicas para prevenção e enfrentamento da covid-19, infecção respiratória causada pela nova cepa do coronavírus (Sars-CoV-2).
Elaborada por projetistas e consultores da entidade, a recomendação normativa dos especialistas (Renabrava) ressalta que “partículas abaixo de um micrometro (1 µm) tendem a ficar em suspensão no ar por tempo suficiente para serem capturadas e transportadas por sistemas de AVAC-R”.
A Renabrava 9 – Renovação de ar em sistemas AVAC-R para reduzir o risco de contaminação de pessoas com o vírus Sars-CoV-2 também define “ações complementares de outras disciplinas que se relacionam com os sistemas de climatização, mas que são de responsabilidade do usuário e que são necessárias para assegurar o escoamento do ar e a redução esperada da concentração de contaminantes”.
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O documento técnico da Abrava se aplica a sistemas de ar condicionado central de expansão direta (self-contained, split system ou VRF) e indireta (água gelada e fan-coils) com renovação de ar e plano de manutenção, operação e controle (PMOC).
“As ações especificadas nesta recomendação normativa não são por si só suficientes para diminuir o risco de contaminação por via aérea. São complementares a outras ações sanitárias determinadas por organismos reguladores, autoridades públicas locais e procedimentos corporativos de contingência para uso e limpeza dos ambientes”, pondera a Abrava.
Risco de transmissão aérea
Num documento de posição divulgado recentemente, Associação Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Ar Condicionado (Ashrae, na sigla em inglês) afirma que a transmissão aérea do Sars-Cov-2 “é suficientemente provável”.
A entidade técnica global, que reúne mais de 57 mil profissionais e pesquisadores do setor, diz que “alterações nas operações prediais, incluindo os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, podem reduzir a exposição” das pessoas a contaminantes transportados pelo ar.
A organização ressalta que “a ventilação e a filtragem fornecidas pelos sistemas de AVAC-R podem reduzir a concentração de Sars-CoV- 2 e, consequentemente, o risco de transmissão pelo ar”.
“Espaços não climatizados podem causar estresse térmico potencialmente fatal para as pessoas e diminuir sua resistência à infecção. Em geral, desativar os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado não é uma medida recomendada para reduzir a transmissão do vírus”, destaca a Ashrae.
Recentemente, a Ashrae criou uma força-tarefa e disponibilizou em seu site uma série de diretrizes sobre qualidade do ar interno (QAI) para enfrentar os desafios da pandemia atual e de futuras epidemias.
As informações de suporte técnico de combate ao novo coronavírus reunidas pelos especialistas da Ashrae estão disponíveis aqui.