Em mensagem enviada nesta quinta-feira (7) aos participantes da 31ª Reunião das Partes do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio (MOP 31), o papa Francisco destacou que o tratado, assim como suas emendas, “representa um modelo de cooperação internacional não apenas na área de proteção ambiental, mas também na promoção do desenvolvimento humano integral”.
O texto, lido pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, na Itália, também ressaltou os “resultados positivos” cientificamente comprovados alcançados em função do acordo estabelecido há quase 35 anos, que hoje conta com 197 países signatários.
“É necessário enfatizar e apreciar como esse regime [de erradicação gradual de substâncias nocivas ao ozônio] surgiu de uma cooperação ampla e frutífera entre diferentes setores: a comunidade científica, o mundo político, os atores econômicos e industriais e a sociedade civil.”
Agora, segundo o papa, é importante que a emenda sobre a redução do uso de gases de efeito estufa fluorados, substâncias utilizadas como fluidos refrigerantes em sistemas de refrigeração e ar condicionado, seja rapidamente ratificada por “toda a família de nações”, da mesma forma como aconteceu com a Convenção de Viena, em 1985, e o Protocolo de Montreal, em 1987.
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A respeito da eliminação dos hidrofluorcarbonos (HFCs), “tenho o prazer de anunciar a intenção da Santa Sé de aderir à Emenda de Kigali. Com este gesto, a Santa Sé deseja continuar dando seu apoio moral a todos os Estados comprometidos com o cuidado de nosso lar comum”, disse.
O pontífice ainda lembrou que a humanidade vive “um momento histórico marcado por desafios que são prementes e estimulantes para a criação de uma cultura efetivamente direcionada ao bem comum”.
“Isso exige a adoção de uma visão previdente sobre a forma mais eficaz de promover o desenvolvimento integral para todos os membros da família humana, próximos ou distantes no espaço ou no tempo”, justificou.
“Essa visão deve tomar forma nos centros de educação e cultura onde a conscientização é criada, onde os indivíduos são treinados em responsabilidade política, científica e econômica e, mais geralmente, onde são tomadas decisões responsáveis”, acrescentou.