Condenado por colocar uma bomba na Bristol Compressors há mais de duas décadas, um homem do sudoeste da Virgínia sairá da prisão mais cedo do que o esperado, graças a uma decisão da Suprema Corte dos EUA.
Segundo reportagem publicada no site do jornal Bristol Herald Courier, Ricky Lee Vance, 56, deve ser libertado em 13 de dezembro.
Em 12 de setembro de 1994, Vance foi condenado por um júri por usar dispositivo destrutivo para cometer o que é vagamente chamado de “crime de violência”, tentativa de destruição por explosivo, posse de dispositivo destrutivo não registrado e receptação ou transferência de explosivos roubados.
A primeira acusação – com a expressão “crime de violência”, julgada recentemente pela Suprema Corte como inconstitucional – deu origem a uma sentença de 30 anos de prisão, enquanto as três acusações adicionais resultaram em condenações de 10 anos cada. Enfim, o criminoso acabou sendo condenado a 60 anos de prisão.
À época, as autoridades disseram que Vance plantou perto da entrada dos funcionários da fábrica da Bristol uma bomba usando seis dinamites roubadas.
Ele queria matar a esposa que o abandonou e o namorado dela, mas o artefato não detonou, pois os fios não estavam ligados à bateria, onde foi encontrada uma impressão digital parcial do acusado.
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Durante o julgamento, várias testemunhas afirmaram que Vance ameaçava matar sua esposa se ela tentasse impedi-lo de ver seus filhos.
“Eu tentei explodi-la, mas a bomba não funcionou”, teria dito Vance a um colega de trabalho menos de um mês depois que o dispositivo foi descoberto na Bristol Compressors.
Logo após a condenação, Vance interpôs um recurso direto num tribunal de apelações, que, por sua vez, confirmou a decisão do júri.
Entretanto, em 17 de setembro último, um magistrado decidiu cancelar a primeira sentença de Vance com base numa decisão da Suprema Corte dos EUA, na qual foi salientado que um “crime de violência” é inconstitucionalmente vago e que “uma lei vaga não é uma lei”.
Vance, que agora está doente e usando uma cadeira de rodas, informou na apelação que, provavelmente, irá morar numa casa de repouso após ser posto em liberdade.