Segmento da economia que sempre passou ao largo das discussões sobre a necessidade de regulação, o mercado de fabricação e venda de gelo no País começa a trilhar um caminho rumo a esse processo.
No mais recente movimento, o grupo Geleiros Brasil, formado por 166 fabricantes do produto no Brasil e exterior, lançou uma certificação voluntária que reconhece e garante sua origem.
Liderada pelo empresário paulista Wendell Alexandre, a atuação desses profissionais visa combater o chamado “geleiro clandestino”, que fabrica o gelo e o comercializa na informalidade, com “cuidados sanitários” duvidosos.
Segundo o site do grupo, que em breve deverá se transformar em associação nacional formalizada, cerca de 80% do gelo fabricado no Brasil é clandestino.
“O empresário clandestino do ramo de gelo não tem qualquer preocupação com a segurança alimentar dos produtos que fabrica e tampouco com o recolhimento de impostos”, argumenta.
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O dirigente também chama a atenção para o fato de os geleiros legalizados precisarem arcar com custos de energia elétrica, análise microbiológica da água (matéria-prima) e licenças de funcionamento, além dos encargos próprios de quem gera empregos formais.
“É preciso ter muito cuidado ao adquirir um pacote de gelo sem comprovação de origem, pois o comprador pode colocar em risco a saúde de sua família ou de seus clientes”, adverte Wendell, lembrando que empresários certificados com o selo da futura entidade terão ampliadas as oportunidades de expansão dos negócios.
Para ter o emitido o selo, o empresário precisa obedecer a uma série de critérios e requisitos estabelecidos em um manual de qualidade elaborado pelo grupo.
Fazem parte desse processo de certificação a obtenção um laudo de análises microbiológicas e/ou físico-químicas do gelo e da água no seu processo de fabricação; a realização de auditoria; e a manutenção de certificação anualmente para confiabilidade dos resultados da auditoria.
Conscientização
A futura associação da categoria pretende dispor de cursos na área de segurança alimentar e sobre máquinas e equipamentos para a produção de gelo, entre outros insumos.
A ideia, justifica Wendell, é promover um trabalho diferenciado, com a realização de palestras e treinamentos para conscientizar pontos de vendas (grandes redes varejistas, supermercados e distribuidoras de bebidas e lojas de conveniências) e agentes da vigilância sanitária estaduais e municipais.
“A certificação será capaz de trazer benefícios ao consumidor final, garantindo a ele um alimento com maior confiabilidade, comercializado por uma empresa idônea”, salienta.