
Conhecer um empreiteiro respeitável do ramo de climatização não é algo sobre o qual os consumidores pensam em seu cotidiano, até o dia em que precisam de uma empresa competente, seja para instalar ou consertar um ar-condicionado.
Geralmente, o cliente residencial escolhe entre as primeiras instaladoras listadas no Google, priorizando aquela que oferece o preço mais barato após cotar o serviço.
Mas contratar uma companhia experiente e respeitável exige mais do que isso, tanto no momento da instalação quanto nos anos seguintes, devido à óbvia necessidade de manutenções preventivas e corretivas, além da higienização.
Isso é relevante saber porque um instalador inexperiente pode custar muito dinheiro ao consumidor ao longo da vida útil do seu equipamento – a falta de qualidade de uma instalação é a causa mais provável de uma avaria.
Eis abaixo, enfim, seis verdades inconvenientes sobre esse mercado desconhecidas da maioria dos consumidores:

1. O mesmo equipamento instalado por diferentes instaladores pode ter um desempenho diferente
Ter um bom condicionador de ar é importante, porém é ainda mais importante encontrar uma empresa com profissionais respeitáveis que possam instalá-lo corretamente. Muitas vezes, isso representa o maior desafio para os consumidores.
O mesmo eletrodoméstico instalado por dois prestadores de serviços diferentes pode apresentar um desempenho até 50% discrepante, segundo o programa de redução de consumo energético do governo americano – e a causa número um para falha do equipamento é a instalação inadequada.
No caso brasileiro, para piorar esse quadro, o setor também está saturado de “penduradores“ e “mexânicos“, curiosos que costumam se aventurar pelo mercado, aviltando os preços dos serviços e pondo vidas em risco todos os dias com suas gambiarras.

2. Alguns sistemas são muito ineficientes
Embora a maioria das pessoas acredite que instalar um novo sistema vai economizar dinheiro, nem sempre é esse o caso.
Nos EUA, mais da metade dos sistemas de ar condicionado e bombas de calor instalados hoje custam aos clientes até 30% mais em suas contas de energia elétrica. O motivo: má instalação e sistemas defeituosos, de acordo com o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia do país.
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A maioria dos clientes não reconhece isso, pois eles não têm conhecimento técnico suficiente para avaliar se a empresa de climatização contratada fez um bom trabalho.
Ademais, muitos consumidores, principalmente em países como o Brasil, optam por comprar sistemas com compressores de velocidade fixa, em função de seu preço mais baixo. Esses equipamentos, porém, gastam muito mais energia em relação aos aparelhos dotados de compressores de rotação variável.

3. A profissão de técnico é regulamentada, mas a atuação profissional não é fiscalizada
Qualquer pessoa pode dizer por aí que é um instalador qualificado e, de fato, até sê-lo. Entretanto, embora o setor seja regulamentado, na prática ninguém fiscaliza a atuação desses profissionais no Brasil.
O cenário é propício para aqueles com apenas um veículo utilitário e uma bolsa de ferramentas sairem anunciando, indevidamente, serviços como se fossem técnicos em ar condicionado, uma profissão que exige registro em conselho de classe para ser exercida regularmente.

4. A maioria dos instaladores lança gases refrigerantes na atmosfera
Por mais incrível que pareça, ainda existe uma certa indiferença, com raras exceções, quanto às boas práticas na indústria de refrigeração e ar condicionado como um todo. Uma das principais causas disso é a falta de ferramental apropriado para os serviços de instalação e manutenção.
Aqui no Brasil e em muitos outros países, por exemplo, quase nenhum profissional de campo tem uma máquina recolhedora de fluidos refrigerantes, embora isso seja contraproducente do ponto de vista econômico, pois lançar essas substâncias na atmosfera é desperdício de dinheiro, além de ser um crime ambiental grave, dependendo do tipo do composto.
Apesar de serem atóxicos e geralmente não inflamáveis (A1), os hidrofluorcarbonos (HFCs) utilizados atualmente no setor são gases que agravam o aquecimento global. E o R-22, um hidroclorofluorcarbono (HCFC) utilizado nos equipamentos antigos, é nocivo à camada de ozônio.

5. Há poucos cursos técnicos de ar condicionado no Brasil
Poucas instituições de ensino, geralmente concentradas em grandes centros urbanos, oferecem cursos técnicos voltados para o mercado de refrigeração de ar condicionado, o que compromete seriamente a qualidade e a quantidade de mão de obra disponível no País.
Na verdade, a escassez desses cursos é um problema nacional muito mais amplo, não necessariamente atrelado ao setor. Afinal de contas, outros segmentos da economia também sofrem gravemente com a falta de trabalhadores devidamente qualificados por escolas técnicas.

6. Suportes de má qualidade agravam riscos de acidentes nas cidades
O crescente número de instalações de unidades condensadoras de splits em fachadas de edifícios comerciais e residenciais pode agravar o número de acidentes nas cidades brasileiras, em decorrência da falta de qualidade de muitos suportes, dimensionamento inadequado, má instalação, infiltração nas paredes, corrosão metálica e falta de vistoria técnica, entre outros fatores que afetam esse item de segurança e põem máquinas e pessoas em risco.
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